Álvaro Ribeiro
Adolfo Casais Monteiro
Carlos Bastos

Dados editoriais

A revista Princípio. Publicação de cultura e política integrou, ao lado de A Águia (1910-1932) e A Vida Portuguesa (1912-1915), o rol de periódicos lançados pela Renascença Portuguesa. Somou apenas quatro edições, que circularam entre maio e julho de 1930, com periodicidade irregular (15/05, 5 e 25/06 e 25/07), sempre sob a direção de Álvaro Ribeiro, Adolfo Casais Monteiro e Manuel Maia Pinto, além de contar com Carlos Bastos no cargo de editor e administrador delegado. A sede da redação e administração localizava-se na Rua dos Mártires da Liberdade, 178, Porto, mesmo endereço do movimento intelectual responsável pelo periódico. Os três primeiros números foram impressos na Tipografia Costa Carregal, Travessa Passos Manuel, 27, Porto, e o último na Imprensa Moderna Ltda, Rua da Fábrica, 80, situada na mesma cidade. O custo de cada exemplar era de um escudo e a assinatura poderia englobar série de cinco ou dez edições. Não há informações a respeito da tiragem.

A estruturação interna das edições de Princípio não sofreu alterações signficativas, exceção feita à forma de se grafar o título na capa do último número. Ao abrir a revista, o leitor deparava-se com contracapa, composta por cabeçalho, que trazia dados de natureza editorial, e listagem de livros com o selo da Renascença Portuguesa. Seguiam-se oito páginas destinadas aos artigos e à seção Cinema e, fechando o número, publicidade na terceira e quarta capas. O texto era distribuido em duas colunas, exceção feita à seção Cinema, que apresentava diagramação diversa. Era comum que artigos mais longos terminassem na parte inferior da página subsequente, que abriga assim textos diversos, separados por uma linha mais grossa do que a utilizada nas colunas.

Ao final dos artigos, encontram-se pequenas notas de natureza diversa que, no projeto gráfico, cumpriam a função de preencher espaços vazios. Algumas diziam respeito à própria revista e elencavam futuros colaboradores, anunciavam novas iniciativas, a exemplo da projetada seção de crítica de livros, ou exortavam individuos e entidades a colecionarem e assinarem a publicação, distribuida gratuitamente aos sócios da Renascença Portuguesa. Os insistentes apelos, que condicionavam o aumento do número de páginas, de seções e mesmo a existência do periódico, à obtenção de um número mínimo (não especificado) de assinantes, sugerem dificuldades financeiras. Outras notas, que extrapolavam o âmbito de Princípio, recomendevam a leitura da revista A Águia, sugeriam livros, todos provenientes do catálogo da Renascença Portuguesa, movimento ao qual os leitores também eram convidados a se filiar.

No que tange aos colaboradores, é digna de nota a presença dos próprios diretores, com destaque para Adolfo Casais Monteiro, que respondeu pela seção Cinema e assinou quatro artigos. Ainda que, pela própria natureza, a revista não tivesse artigos ilustrados, contou com a participação de Ventura Porfírio, autor do cabeçalho que figurou na capa dos três primeiros números, artista que dividiu com Adalberto Sampaio a confecção das vinhetas, a exemplo da destinada à seção Cinema, estampada no terceiro número.

Tania Regina de Luca